ADEUS DOR

QUANTAS VEZES CORRI CAMINHOS
ESPEREI ESPINHOS,
E NÃO BEBI DOS VINHOS.
QUANTOS MOMENTOS ENXARCADOS
DOLORIDOS, FAMINTO DE AMOR,
E DE SOL ME BANHEI.
QUANTO DE MIM SE PERDEU,
QUANTO DE TI ME ENCHI
E NADA MUDOU MEUS RUMOS.
QUANTO EM MIM HÁ DE VIR,
QUANTAS E MÍNIMAS PALAVRAS
ESCONDIDAS
E ESCUTO.
QUANTAS VEZES QUIS FALAR,
DESAGUAR MEUS PRANTOS
E NUM CANTO DOS SEUS OLHOS
VISIONEI A FUGA,
E ME CALEI.
QUANTA DOR SE FEZ PRESENTE,
QUANTO AMOR SE FEZ AUSENTE,
QUANTA SEMENTE
AINDA POR FLORIR.
NESSE MOMENTO TÔ CORTANDO
LAÇOS,
RECONSTRUINDO MEUS PEDAÇOS,
DESFAZENDO OS MEUS ENGANOS,
AQUECENDO OS MEUS PLANOS,
E DANDO DE MIM,
A VIDA QUE DEIXEI PRÁ TRÁS.
E QUANTO A DOR?
O MEDO?
A INSENSATEZ?
ADEUS DOR,
QUE VENHAM CORES,
SABORES.
E OS AMORES?
JÁ NEM PRECISO DELES;
DESCOBRI EM MIM O OUTONO CERTO
PRÁ NA PRIMAVERA
EU PODER VOLTAR A SORRIR.